domingo, 28 de junho de 2009

João Bodin

João Bodin nasceu em 1529 e morreu em 1596. O Estado para existir precisa de uma forte soberania que mantenha unidos os vários membros sociais, ligando-os como em um só corpo. A soberania deve se fundamentar na justiça e na razão. Por Estado se entende o governo justo, que se exerce com poder soberano sobre diversas famílias e em tudo aquilo que elas têm em comum entre si. Fazer de todas as famílias e de todos os círculos um só corpo. A soberania do Estado é o único laço e o único vínculo que faz de famílias, círculos, colegiados e indivíduos um único corpo perfeito. Soberania é o poder absoluto e perpétuo se materializando através das leis. Existe um fundamento natural e comum a todas as religiões e com essa base comum é possível um acordo religioso geral, sem sacrificar as diferenças.

Calvino

Jean Calvino nasceu em 1509 e morreu em 1564. Qualquer representação de Deus que não derive da Bíblia, mas sim da sabedoria humana, é produto da fantasia. A racionalidade humana deforma o verdadeiro. Os dons naturais do ser humano foram enfraquecidos pela racionalidade humana. Amplia o sentido da predestinação e da onipotência do querer divino subordinando a Deus o querer e as decisões dos seres humanos. Deus governa totalmente todo o real, a tal ponto que nada acontece sem que ele próprio o tenha determinado. Todas as criaturas, inferiores e superiores, estão no estado de obediência total a Deus. Deus governa também os corações dos seres humanos. É absurdo procurar a causa das decisões de Deus, não podemos pensar em entender a vontade de Deus. A produção de riqueza e o processo a ela ligado são representações da vontade de Deus.

Ulrich Zuínglio

Ulrich Zuínglio nasceu em 1484 e morreu em 1531. Salienta que a escritura é a única fonte de verdade. O papa e os concílios não possuem uma autoridade que vá além da autoridade das escrituras. A salvação ocorre pela fé e não pelas obras. O homem é predestinado. O pecado é o amor por si mesmo, tudo que o homem faz enquanto homem é determinado por esse amor por si próprio, sendo pecado. A conversão é uma iluminação da mente, os seres humanos que possuem confiança em Cristo tornam-se homens novos. Quando a mente humana reconhece a Deus através da iluminação da graça celeste, o homem torna-se novo. Há um sinal seguro para reconhecer os eleitos, sinal que, consiste em ter fé.

Martinho Lutero

Martinho Lutero nasceu em 1483 e morreu em 1546. O homem se justifica pela fé; as escrituras são infalíveis, sendo as únicas fontes da verdade; a necessidade do livre-exame das escrituras. Tudo o que sabemos de Deus é através das escrituras, que deve ser entendida com rigor absoluto, sem interferência de raciocínios e dos conhecimentos metafísicos e teológicos. Basta à fé para se salvar, não é necessária a obra e sim somente a fé. A fé é compreender que a salvação depende unicamente de Deus. O homem decaiu a tal ponto que, por si mesmo não pode fazer absolutamente nada para a sua salvação. Tudo que deriva do homem é ligado ao egoísmo, ao amor por si próprio. A salvação do homem depende somente da graça divina. O ser humano somente pode se salvar se compreender que não pode ser o artífice de seu próprio destino. A salvação do ser humano não depende dele, mas de Deus; enquanto o ser humano estiver tolamente convencido de que pode ser salvo por si mesmo, está se iludindo nada mais fazendo do que pecar. Não há necessidade de um intermediário entre o ser humano e Deus, entre o ser humano e a Palavra de Deus. Um cristão isolado pode ter razão contra um concílio inteiro, se estiver iluminado e inspirado diretamente por Deus, não sendo necessária uma casta sacerdotal, sendo que cada cristão é um sacerdote. O arbítrio do ser humano é se colocar como escravo de Deus.

Tomás More

Tomás More nasceu em 1478 e morreu em 1535. Defendia a ausência de propriedade privada e a comunhão dos bens. Todas as pessoas devem ser iguais entre si, não deve existir diferença de renda entre as pessoas e também não devem existir diferentes níveis sociais. O trabalho não deve durar todo o dia e sim apenas seis horas para que o ser humano tenha tempo para o lazer e as outras atividades. O ser humano deve ser pacifista, admitirem deuses e cultos diferentes aceitando toda diversidade. O dinheiro é a causa dos furtos, fraudes, assaltos, rixas, desordens, disputas, tumultos, assassinatos, traições e envenenamentos. Onde não existe o dinheiro desaparece o medo, a ansiedade, as preocupações, os tormentos e as insônias. A consciência de cada pessoa não pode ser violentada.

Niccolau Machiavelli

Niccolau Machiavelli nasceu em 1469 e morreu em 1527. Quem quer governar e não tiver um bom apoio deve escolher novas pessoas e novas autoridades, deve fazer os ricos pobres e os pobres ricos. Deve edificar novas cidades, desfazer as edificadas, mudar os habitantes de um lugar para outro, não deixar coisa nenhuma intacta. Não deve existir nada que não tenha surgido da vontade do novo poder. O ser humano não é bom nem mau, mas tende a ser mau, consequentemente quem governa não deve confiar no aspecto positivo do ser humano. O ser humano é vil, indigno de confiança, ávido, insensato, mas logo que é chicoteado se subordina ao governante. O governante não deve evitar em ser temido e não hesitar em tomar as medidas necessárias para ser temível. Virtude é astúcia, capacidade de prever, planejar, constranger, impor regras. Metade das coisas humanas depende da sorte, a outra metade depende da virtude (astúcia), no entanto, mais pode a astúcia que a sorte. Para manter uma mulher sob o seu domínio é necessário bater-lhe e espancá-la, pois, ela se deixa dominar pelos fortes do que pelos fracos, em decorrência as mulheres preferem os jovens porque são menos ferozes.

Leonardo da Vinci

Leonardo da Vinci nasceu em 1452 e morreu em 1519. Elimina dos fenômenos naturais a intervenção de forças e poderes animistas, místicos e espirituais. O espírito não possui voz, nem forma, nem força, pois, onde não há nervos e ossos não pode haver força operada e logicamente os imaginados espíritos não podem movimentar nada. Não devemos nos perder na consideração do particular, mas sim procurar compreender a lei geral que o supera e domina. A experiência é a grande mestra e que é na escola da experiência que nós podemos compreender a natureza, não através da transmissão e repetição das cópias que nos dão os livros. A sabedoria é filha da experiência. Para compreender a natureza é preciso voltar à experiência. O pensamento matemático que projeta, ou melhor, interpreta a ordem mecânica e necessária de toda a natureza. Nenhuma investigação humana pode-se considerar verdadeira ciência se não passar pelas demonstrações matemáticas. Quem censura a suma certeza da matemática enche-se de confusão e nunca imporá silêncio às contradições das ciências sofísticas, com as quais se aprende um eterno gritar.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Erasmo de Roterdão

Erasmo de Roterdão nasceu em 1466 e faleceu em 1536. Salienta que os filósofos elaboram inumeráveis mundos, medem o sol, as estrelas, a lua e os planetas, explicam a origem dos relâmpagos, dos ventos e de todos os outros fenômenos inexplicáveis da natureza e não apresentam hesitações, como se fossem os confidentes do supremo, mas, a natureza zomba deles e de suas elucubrações. Eles não sabem nada, mas afirmam saber tudo. Eles não conhecem a si próprios, de modo que não conseguem perceber os abismos que se abrem à sua frente. Á filosofia é conhecer a si mesmo e a reforma religiosa se resume a sacudir dos ombros tudo àquilo que o poder eclesiástico acrescenta a verdade complicando-as. Diz Erasmo: suponhamos o caso de que alguém quisesse arrancar as máscaras dos atores que desempenham o seu papel num palco, revelando aos espectadores as suas verdadeiras e reais faces. Não estará essa pessoa estragando toda a ficção cênica, merecendo ser preso como louco furioso e expulso do teatro a pedradas? Cortar as ilusões das pessoas significa mandar pelos ares todo o drama, pois o engano da ficção cênica é que encanta os olhos dos espectadores. A vida do ser humano é uma comédia, na qual cada qual está coberto por sua máscara particular e cada qual recita o seu papel, até que o diretor o afaste de cena. O diretor sempre confia ao mesmo ator ora a função de vestir a púrpura real, ora os farrapos de um miserável escravo.O ponto culminante da loucura é estar na fé. Os loucos mais frenéticos são aqueles que são finalmente aferrados por inteiro a piedade cristã. O sinal manifesto da loucura é a dissipação que fazem de seus bens para a igreja, o desconhecimento das ofensas, a resignação aos enganos, a não distinção entre amigos e inimigos. O cume dos cumes da loucura é a felicidade celeste depois da morte. Os loucos lamentam quando são curados, não querendo outra coisa senão ser loucos desse modo por toda a eternidade

Michel de Montaigne

Michel de Montaigne nasceu em 1533 e faleceu em 1592. Salienta que o ser humano deve conhecer a si mesmo e que nenhum ser humano é idêntico ao outro ser humano. Os seres humanos são diversos entre si, não sendo possível estabelecer a mesma verdade para todos. Cada ser humano constrói a sua própria verdade, a sua própria sabedoria. Saber viver significa não ter necessidade, para ser feliz, de mais nada além do ato presente do viver. O sábio vive no presente e para ele, o presente é a totalidade do tempo.

Pico de Mirândola

Pico de Mirândola nasceu em 1463 e faleceu em 1494. O ser humano, único entre as criaturas, está colocado no limite entre dois mundos, com uma natureza não predeterminada, mas sendo autoconstrutor de si mesmo. A grandeza do homem está no fato dele ser artífice de si mesmo. O ser humano não é celeste ou terreno, mortal ou imortal, pois, ele, como livre soberano artífice se esculpe a si mesmo se plasma na forma que tiver escolhido. Conforme a escolha do ser humano ele pode se degenerar nas coisas inferiores ou regenerar nas coisas superiores, que são divinas. Conforme o germe que o ser humano cultivar se tornará planta, animal racional, anjo e até mesmo se transformar em espírito uno com Deus. Quando o homem filosofa, ele ascende a uma condição angélica e comunga com a Divindade, entretanto, quando ele falha em utilizar o seu intelecto, pode descer à categoria dos vegetais mais primitivos. Afirma que os filósofos estão entre as criaturas mais dignificadas da criação.

Marcílio Ficino

Marcílio Ficino nasceu em 1433 e faleceu em 1499. Salienta que a filosofia nasce como iluminação da mente pela luz divina e o que existe é uma sucessão de graus decrescentes de perfeição. Identifica cinco graus sendo eles: Deus; Anjos; Alma; Qualidade; Matéria. Os dois primeiros graus e os dois últimos graus são distintos entre si e a alma representa o elemento de conjunção. A alma possui as características do mundo superior e pode vivificar o mundo inferior. A alma se insere entre as coisas mortais sem ser mortal, regendo os corpos e aderindo a Deus. A alma progride em ascensão na escala do amor, em constante divinização se fazendo eterna no Eterno. O ponto de partida da relação amorosa entre homem e divindade é o mundo físico, que oculta em si à luz de Deus.

Lourenço Valla

Lourenço Valla nasceu em 1407 e faleceu em 1457. Tudo aquilo que a natureza fez não pode ser senão santo e louvável; o prazer deve ser visto nessa ótica. Existe o prazer em diferentes níveis: o prazer sensível é o mais inferior; o prazer do espírito envolve as leis, as instituições, as artes e a cultura. O prazer mais elevado é o amor por Deus. Salienta que devemos abandonar toda necessidade de conhecer as coisas superiores e nos aproximar das coisas humildes. Nada importa para o ser humano do que a humildade.

Nicolau de Cusa

Nicolau de Cusa nasceu em 1401 e faleceu em 1464. Salienta que Deus contém em si todas as coisas e todas as coisas contêm Deus. Cada ser possui em si Deus, cada ser possui em si todas as coisas. Cada coisa é o microcosmo, assim sendo o ser humano é um pequeno mundo que contem em si o macrocosmo. Em todas as partes resplandece o todo, porque é parte do todo. Todas as coisas possuem uma relação com o todo que é Deus e tudo é perfeito como Deus é perfeito. A menor coisa que existe é a imagem do divino.