sexta-feira, 12 de junho de 2009

Erasmo de Roterdão

Erasmo de Roterdão nasceu em 1466 e faleceu em 1536. Salienta que os filósofos elaboram inumeráveis mundos, medem o sol, as estrelas, a lua e os planetas, explicam a origem dos relâmpagos, dos ventos e de todos os outros fenômenos inexplicáveis da natureza e não apresentam hesitações, como se fossem os confidentes do supremo, mas, a natureza zomba deles e de suas elucubrações. Eles não sabem nada, mas afirmam saber tudo. Eles não conhecem a si próprios, de modo que não conseguem perceber os abismos que se abrem à sua frente. Á filosofia é conhecer a si mesmo e a reforma religiosa se resume a sacudir dos ombros tudo àquilo que o poder eclesiástico acrescenta a verdade complicando-as. Diz Erasmo: suponhamos o caso de que alguém quisesse arrancar as máscaras dos atores que desempenham o seu papel num palco, revelando aos espectadores as suas verdadeiras e reais faces. Não estará essa pessoa estragando toda a ficção cênica, merecendo ser preso como louco furioso e expulso do teatro a pedradas? Cortar as ilusões das pessoas significa mandar pelos ares todo o drama, pois o engano da ficção cênica é que encanta os olhos dos espectadores. A vida do ser humano é uma comédia, na qual cada qual está coberto por sua máscara particular e cada qual recita o seu papel, até que o diretor o afaste de cena. O diretor sempre confia ao mesmo ator ora a função de vestir a púrpura real, ora os farrapos de um miserável escravo.O ponto culminante da loucura é estar na fé. Os loucos mais frenéticos são aqueles que são finalmente aferrados por inteiro a piedade cristã. O sinal manifesto da loucura é a dissipação que fazem de seus bens para a igreja, o desconhecimento das ofensas, a resignação aos enganos, a não distinção entre amigos e inimigos. O cume dos cumes da loucura é a felicidade celeste depois da morte. Os loucos lamentam quando são curados, não querendo outra coisa senão ser loucos desse modo por toda a eternidade

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