terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Tomás Campanella

Tomás Campanella nasceu na Calábira no ano de 1568 e morreu no ano de 1639. O conhecimento de si não é uma prerrogativa do homem, mas de todas as coisas, que são vivas e animadas. Todas as coisas são dotadas de uma sabedoria inata, através da qual sabem que existem e são ligadas ao seu próprio ser. Esse autoconhecimento é um auto-sentir-se. Quem possui o conhecimento inato no ser humano é a sua alma. A alma conhece a si mesma com um conhecimento de presença participativa na natureza e não conhecimento objetivo. Quando se passa do conhecimento de presença na natureza para o conhecimento dos particulares ou conhecimento objetivo da natureza, começa a incerteza e a alma torna-se alienada por causa dos objetos, pois, os objetos somente se revelam parcialmente. A consciência inata que os seres humanos possuem é ofuscada pelo conhecimento que é acrescentado pela cultura, de modo que a autoconsciência consequentemente se transforma quase em um conhecimento oculto. O ser humano pode alcançar níveis notáveis de consciência em Deus se souber aprender. O ser humano deve aprender com a própria natureza. O aprender com a natureza significa tornar-se una com ela. Tornando-se um só com as coisas. Tornar-se íntimo da natureza; união com a natureza. Aprender é ser co-participativo com a natureza, sendo uma participação intrínseca com as coisas. Uma participação intrínseca e co-penetração no processo vital do todo, um saborear a suavidade da vida universal, assimilando o inteligível que há nas coisas, nos modos e nas formas. Assimilando as idéias eternas segundo os quais Deus criou tudo. Atualmente o ser humano está vivendo uma vida alienada, vivendo uma vida objetiva totalmente separada da natureza, do todo. Ampliar o nível de consciência exige a morte, a perda, pois quando ampliamos o nível de consciência adquirimos um novo conhecimento e o antigo saber morre e se perde. Toda mutação é alguma morte.


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