sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Francis Bacon

Francis Bacon (1561 – 1626). A filosofia do passado é estéril e verbosa. Todos os filósofos são moralmente culpados de não terem dado a devida atenção à natureza e o necessário respeito para com essa obra do Criador, que deve ser ouvida com humildade e interpretada com a necessária cautela e paciência. A intenção é substituir a filosofia das palavras por uma filosofia das obras. O caminho para a pesquisa é a partir dos sentidos e dos particulares ascendendo aos axiomas gerais. Nos podemos agir sobre os fenômenos, mas só na condição de conhecermos as suas causas. Salienta a distinção entre antecipação da natureza e interpretação da natureza. As antecipações da natureza são noções construídas e obtidas de modo prematuro e temerário, são noções de fácil concordância, são extraídas de poucos dados, sobretudo daqueles que se repetem habitualmente, logo ocupam o intelecto e preenchem a fantasia. As interpretações da natureza são resultado daquele outro modo de indagar, que se desenvolve a partir das próprias coisas, o saber obtido pelo verdadeiro método. O ser humano deve instalar os próprios fundamentos da ciência limpando a mente dos ídolos ou falsas noções (conhecimentos originários da sociedade e da cultura) que invadem o intelecto humano e seguir as regras do método científico. O ser humano deve eliminar as falsas noções originárias da sociedade e da tradição que são obstáculos ao caminho em direção ao verdadeiro conhecimento baseado nos sentidos. Analisando a doutrina das quatro causas de Aristóteles (causa material: de que é feita; causa eficiente: quem a fez; causa formal: a sua forma; causa final: o motivo pelo qual foi feita) aceita apenas a causa formal que possibilita o ser humano penetrar nos segredos da natureza tornando o homem poderoso em relação a ela. Compreender a forma significa compreender a estrutura de um fenômeno e a lei que regula o seu processo.

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