sábado, 14 de março de 2009

Anísio Mânlio Severino Boécio

Anísio Mânlio Severino Boêcio nasceu em Roma por volta de 480 e morreu em 526. Dizia que Deus é transcendente ao espaço e ao tempo, o tempo não existe para Deus, pois a totalidade é abarcada num único agora, atemporal e simultâneo. O passado, presente e futuro existem para Deus no agora. Deus é o agora.

A origem de toda criação, toda evolução das naturezas mutáveis derivam da imutabilidade da mente divina. O governo do mundo não está confiado à cegueira do acaso, mas a razão divina governa toda a criação através da providência e do destino. A providência é a própria razão divina que governa tudo que existe independente das diferenças. O destino é a manutenção de cada coisa estreitamente ligada à sua ordem, sendo o ordenamento de cada espécie segundo uma norma a ela apropriada.

Deus é onipotente e nada ocorre sem sua vontade e o ser humano é livre no sentido que pode escolher por um ato de reflexão o que melhor lhe aprouver dentre as infinitas possibilidades oferecidas por Deus.

Devido a onipotência, onipresença e onisciência de Deus não existe o mal, o que o ser humano denomina de mal é uma diminuição do perfeito. O ser humano no mundo está movimentando de potência a ato e o seu apego as coisas materiais é um nível de desenvolvimento que necessita ser transcendido. O ser humano no início do movimento em direção a perfeição é um ser embrutecido e infeliz. Quanto mais aproximamos de Deus somos aquecidos por Sua Luz sentido a alegria e paz e quanto mais longe estamos de Deus ficamos apegados às coisas captadas pelos sentidos e somos invadidos pela tristeza e infelicidade.

A busca da fortuna, riqueza e honras são níveis elementares de desenvolvimento que impede o ser humano de se movimentar em direção ao divino e de ver a verdadeira realidade. A fortuna, riqueza e honras possuem os seus aspectos negativos que servem para o ser humano refletir e continuar o seu movimento em direção a Deus. Para acumular dinheiro a pessoa terá que tirar de outra pessoa. Para ter elevados cargos terá que rebaixar-se e suplicar para a pessoa que pode dá-los. Para possuir honras terá que ser servil e esmolá-las. Para ter poder terá que expor a traições de quem estiver submetido. Para ter glórias terá que perder a serenidade. Para viver no prazer terá repugnância de si mesmo por ser escravo do corpo.

O mal é apenas uma aparência, pois Deus é o controlador de tudo e tudo que acontece possui uma causa transcendente boa e harmônica com o pensar divino.

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