terça-feira, 31 de março de 2009

São Boaventura

São Boaventura (1217 – 1274). Ele não é contra a filosofia, mas sim contra aquela filosofia que é incapaz de captar a ligação entre o finito e o infinito, entre o homem e Deus, na concretude do nosso ser. Não rejeita o uso da razão e logicamente da filosofia, mas procura distinguir filosofia cristã e filosofia não cristã, não aceitando uma razão que, encerrando-se em auto-suficiência, nega o metafísico. Contra uma filosofia não cristã e contra uma razão incapaz de captar o mundo divino. É contrário a uma razão que considera o mundo como uma realidade totalmente profana e com leis autônomas e auto-suficientes.

Em Deus estão os modelos de tudo que existe, das mais elevadas às mais humildes. As coisas procedem de Deus e livremente criadas por Ele. Deus é artista que cria aquilo que concebeu. O mundo está cheio de sinais do divino, que é preciso decifrar, como alimento do espírito. Boaventura não separa Deus do mundo. Deus elaborou a matéria contendo os germes, assim sendo no mundo material ocorre o desenvolvimento de tudo aquilo que Deus semeou. Há na matéria o germe que dirige a sua ação para o seu pleno desenvolvimento. O mundo material apresenta-se como sendo a um templo sagrado, no qual se anuncia o mistério de Deus.

Todas as coisas criadas são imagens produzidas por Deus em seus eternos movimentos de aproximação ou elevação ao divino. Aconselha Boaventura que os seres humanos devem abandonar os sentidos e as operações intelectuais, as coisas sensíveis e as invisíveis, o ser e o não-ser e, na medida do possível se entregar confiantemente a Deus.

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