quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Georg Wilhelm Friedrich Hegel

Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770 – 1831). O Espírito é a realidade dialética. A realidade é tudo que existe que está em eterno movimento. O movimento é a própria natureza do Espírito, assim sendo, Espírito é atividade, processo, movimento, automovimento. O Espírito se autogera, gerando ao mesmo tempo a sua própria determinação e superando-a plenamente. O Espírito é sempre ativo, realizando-se, como contínua colocação do finito e, ao mesmo tempo, como superação desse finito. O movimento dialético do Espírito nada mais poderá ser senão uma espécie de movimento circular ou movimento espiral com ritmo triádico. Cada momento do real é momento indispensável do Espírito, porque este se faz e se realiza em cada um e em todos esses momentos, de modo que cada momento torna-se absolutamente necessário. Qualquer coisa que exista ou aconteça não está fora do Espírito, mas é um seu momento insuprimível.

A consciência também é Espírito e seu movimento em relação ao outro possui três etapas. As três etapas do itinerário fenomenológico da consciência são as seguintes: primeira etapa a consciência que olha e conhece o mundo como algo diferente e independente de si; segunda etapa a consciência aprende, a saber, o que ela é propriamente, autoconsciência; terceira etapa é quando a consciência adquire a certeza de ser toda realidade, certeza de ser toda coisa, ou seja, da aquisição da unidade de pensar e ser.

O movimento da consciência em relação ao conhecimento: 1) movimento intelectivo é a faculdade que abstrai conceitos determinados, definições que são de certa forma definitiva. O intelecto apresenta conhecimento inadequado, que permanece encerrado no finito. 2) Movimento Racional: o pensamento deve ir além dos limites do intelecto e ir além dos limites do intelecto é peculiaridade da Razão, que consiste em remover a rigidez do intelecto e dos seus produtos. 3) Movimento Positivamente Racional, a síntese dos opostos, vai além dos limites do intelecto e do racional, superando aquela rigidez da própria razão, elevando-se a níveis cada vez mais altos. Esses três movimentos são geralmente indicados com os termos 1) tese, 2) antítese 3) síntese.

A natureza também é Espírito e movimenta em três níveis: 1) mecânica, que é a corporeidade universal e a exterioridade espacial. 2) a física que supera a corporeidade da massa dissolvendo nos processos magnéticos, elétricos e químicos. 3) a orgânica, na qual a natureza se interioriza e nasce a vida.

O pensamento ou argumentação também movimenta em três fases: 1) Lógica do Ser: procede em sentido horizontal, indo de um conceito a outro conceito. 2) Lógica da Essência: o próprio ser se volta sobre si e se aprofunda refletindo sobre si mesmo, buscando a origem do conceito. 3) Lógica do Conceito: descobre que a realidade é o Sujeito e descobre também o porquê, chega-se a idéia que é o conceito que se auto-realizou plenamente, vista como processo e resultado dialético.

Desde o indivíduo, mas também o mundo e tudo que está no mundo e fora do mundo percorrem essas três formas em toda a extensão. O próprio tempo percorre os três movimentos. Salienta Hegel que o próprio Espírito do mundo não teria podido alcançar a consciência de si com menor esforço, é evidente que, o indivíduo não poderá chegar a compreender a sua substância por caminho mais breve. As etapas fenomenológicas são momentos insuprimíveis e absolutamente necessários, somente através dos quais a Consciência adquire o verdadeiro conhecimento.





.

Nenhum comentário:

Postar um comentário