quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Johann Friedrich Herbart

Johann Friedrich Herbart (1776 – 1841). A vida psíquica é um mecanismo de representações. As representações são produzidas por sensações sensíveis e subsistem na estrutura psíquica uma vez que tenha cessado seu motivo exterior. Porém, devido à estreiteza da consciência somente poucas representações podem chegar a ser conscientes, as demais ficam sob o umbral da consciência, onde, como molas de aço comprimidas, esperam voltar a surgir.

As representações conscientes são importantes porque determinam o comportamento humano. A modificação das representações na estrutura psíquica é de suma importância, sendo responsável pelo desenvolvimento humano e da humanidade. Uma volição não é mais do que um círculo espiralado, que começa com o interesse, passa pela formação de conceitos e termina com a ação. O início de qualquer mudança da representação inicia com o interesse.

A primeira condição para que ocorra transformação é a existência do interesse. O interesse é a grande palavra, a palavra mágica da transformação do ser humano. O interesse somente existe quando na consciência existe o gosto íntimo de si transformar durante a vida e não o mero distrair ou divertir. O interesse pode ser despertado o que exclui qualquer tipo de violência. Existem duas classes de interesses: A primeira leva a conhecer as coisas; a segunda, a conviver com os seres humanos. O interesse para conhecer as coisas possui três subdivisões que são os seguintes: Interesse Empírico; Interesse Especulativo e Interesse Estético. Interesse empírico: ligado a observação de objetos, procura conhecer os objetos. Interesse especulativo: quando conduz ao estudo das leis e relações das coisas. Interesse estético traz em si o sentir à beleza dos objetos. Os interesses que dão margem às relações humanas são os seguintes: o Interesse simpático: impulsiona o homem a participar na alegria e na dor do próximo. Interesso social: que faz sentir o destino da classe social, do povo e da humanidade. Interesse religioso: que busca conhecer a origem de todas as coisas, a essência primeira, ou seja, Deus.

O próximo passo depois do interesse implica a elaboração dos conceitos fundamentais que estruturam nossa experiência da realidade. Combinando conceitos o pensamento forma juízos. Relacionando juízos surgem as concepções de vida e logicamente as argumentações. As concepções de vida geram os comportamentos.

Todo ser humano possui a propensão inata para a luta, desordem e causar danos, sendo necessário conter tais impulsos através da disciplina. A disciplina atua de um modo contínuo e sempre com as vistas a alcançar determinadas coisas no futuro e suavemente, como a providência benigna. A disciplina está relacionada com a individualidade abrangendo censuras, louvores e recompensas, mas, não podemos esquecer que onde se governa muito não se pode desenvolver nenhuma espontaneidade pessoal, nenhum espírito de invenção, nenhum ânimo arriscado, nenhuma atitude previsora, nenhum caráter forte, consciente de sua finalidade.

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