sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Maine François Pierre

Maine François Pierre (1766 – 1824). Sem o sentimento de existência individual que chamamos de consciência não há conhecimento e não há conhecimento se não admitirmos um sujeito permanente que conhece. A consciência é o sentimento que temos continuamente e sempre da nossa existência particular ou do nosso eu. É o eu que tem o sentido íntimo de sua existência individual, una, idêntica e que permanece sempre a mesma, ao passo que todas as modificações que ocorrem variam sem cessar e todos os fenômenos externos e internos, sensações, representações e imagens passam e se sucedem em fluxo contínuo. A consciência se revela como causa ou força. É essa força que move o corpo e que se chama vontade. O eu é essa força agente. O eu nada mais é que o sentimento da força agente, que está em exercício efetivo para fazer o corpo se mover e deslocar-se, para transformá-lo no espaço e para pôr as suas diversas partes em contato com os objetos que são as causas das sensações. Salienta: eu ajo, eu quero, logo, eu sou minha causa e, portanto, eu sou, existo realmente em virtude de causa ou força. Tudo o que existe de passivo no homem pertence ao físico, a parte livre e ativa do ser humano, ao contrário, é a parte do eu. É urgente ouvir o sentido íntimo, ele nos dirá que existe um ser ordenador de todas as coisas. É o sentido íntimo que nos faz ver Deus na ordem do universo.

Referência: REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: do romantismo até nossos dias. São Paulo: Edições paulinas, 1991.

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